11/07/2013

"A menina sem coração, um carinha idiota e uma sala qualquer "




14 anos, mundo dos sonhos. Ela costumava usar o cabelo solto de lado, um jeans velho rasgado e uma camiseta grande, rosa. Curtia desenhar e amava sorvete de blue ice. Vivia em um mundo pequeno mas tinha sonhos enormes. Ela se amarrava em meninos idiotas/bem humorados, que a fazia sorrir. Mas ela não podia se apaixonar, porque não tinha um coração. Porque o arrrancaram dela um dia. Então, todas as vezes em que um menino há interessava, ela fingia não se interessar. Fingia não ligar, não porque nao quisesse, ela não podia. Mas a vontade de tentar era enorme. As vezes, á noite, ela se ajoelhava ao pé da sua cama, abraçava seu travesseiro, fechava os olhos, cruzava os dedos, e pedia para dar certo. Pelo menos uma vez. Ela se via cometendo os mesmos erros todos os dias. Mas não gostava de citá-los. Odiava matemática mas sempre ia bem em física. Vai enteder. Isso mudou.

Certo dias as coisas mudaram. Um carinha. Mas não um carinha qualquer. Um idiota/bem humorado. Daqueles, que ela se amarrava. Ele pareçeu surgir do nada pra mudar tudo. Ela estava sentada na cadeira velha da escola, numa sala qualquer. Lendo um livro qualquer, numa manhã qualquer. Suas amigas estavam reunidas num grupinho conversando sobre moda. Ela até se reunia com elas ás vezes, eu juro. Mas este era um momento qualquer, e ela queria ficar sozinha. Então ele entrou, talvez por acaso. Tinha cabelos grisalhos encaracolados, um rosto fechado, magro, baixo e carregava somente um celular. Tinha cara de mau. Só tinha uma coisa que ela se amarrava mais do que em carinhas idiotas: carinhas que tem cara de mau mas que são idiotas. Deixou o livro cair e enquanto se abaixou pra pegar, percebeu que ele a olhava. Não fixamente para ela, e sim para o livro. Talvez ele gostasse de ler, ou talvez ele gostasse dela. Ele se apresentou como o novo professor, de uma matéria qualquer. De uma matéria que ela odiava. Não houve exercícios neste dia, talvez porque era seu primeiro dia numa turma qualquer. Na turma dela. Ela continuou lendo seu livro mas relia a mesma frase 17 vezes para conseguir  entende-la. E a frase dizia: " Tinha mistério em seus olhos, e ela daria tudo para desvendá-lo". Então, quando a frase soou como vento num dia frio, ela olhou para ele, que olhava fixamente para ela. E a frase se repetiu no ar, como nos filmes. Ele estava sentado sobre a mesa, quando perguntou a ela se ela estava gostando do livro. Ela piscou muitas vezes e engoliu seco antes de responder. "É, 50 tons de cinza é legal. " Foi tudo oque ela conseguiu dizer. Ele sorriu olhando pra ela e ela nem se quer mexeu os lábios. Ele disse que já tinha lido o livro e que realmente era legal, e umas outras coisas. Ele era novato ali naquele lugar, era estranho, tinha uma voz estranha, tinha cara de mau mas era um idiota bem humorado. Era o tipo que fazia o tipo da menina sem coração.

Ela começeu a se dar muito bem em x vértice  porque ele sempre a explicava quando ela não entendia, ela não tinha vergonha de perguntar agora. Então, as coisas ficaram confusas. Eles começaram a se dar muito bem, e todos percebiam. Conversavam muito, e ele sempre falava coisas e a olhava de um jeito
que pareçia estar interessado nela. Tinham os mesmos jogos, gostavam dos mesmos livros, tinham o mesmo papo. Ele podia ser um estranho para o resto, mas ela sabia quem ele era. E, dessa vez, ela não conseguiu fingir que não se importava. Ás terças ele não dava aula, porque era sua folga. Ela odiava as terças, mas amava as terças anoites porque assim, logo chegaria a quarta. E ele estaria lá, naquela turma qualquer. E ela estaria lá, sentada, prestando atenção. Não se sabe, se na matéria ou nele.  Era um alívio estar perto e uma saudade estar longe. Era uma vontade de ver, de abraçar, beijar, tocar os cabelos, deitar na mesma cama e dormir junto. Ou até mesmo de estar ali numa cadeira velha olhando para ele. Ela se pegava imaginando estas cenas,todos os dias. Se ele era velho demais para ela não importava. Ela não pensava nisso. Ela definitivamente não pensava. As coisas foram se tornando mais complicadas ainda, porque ele era o idiota mais idiota que ela já conheçeu, ela não podia se apaixonar porque não tinha um coração, mas ela queria. Mas tinha muito medo, um medo enorme de se decepcionar. Um dia eu pretendo voltar aqui e  contar oque aconteçeu com  ela. A menina que usava cabelo solto de lado e jeans velho, nunca conseguiu definir oque sentia por ele. Ela anda por aí, odiando as terças e amando a matemática, conversando com ele, juntos eles jogam cut the roupe e sim, eles se dão muito bem. Ótimos amigos. Um carinha. Mas não um carinha qualquer. Um idiota/bem humorado. Daqueles, que ela se amarrava.

Apesar de tudo, ela está bem. Porque ele está bem. A história não termina por aqui, porque fatos maiores ainda não aconteçeram. Mas a menina sem coração, está numa sala qualquer, com um caderno qualquer escrevendo um texto qualquer. Talvez você saiba qual é o texto. Mas agora ela tem aula de matemática, vai prestar atenção no sorriso dele e sorrir pra ele. Depois, ela quer voltar aqui e contar que teve um final feliz, talvez porque ele a deu um novo coração. Mas fica pra depois, porque agora ela tem aula de matemática e precisa clicar em
publicar post". 




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