Se
eu tivesse que escolher uma só pessoa para ter de novo nos meus
dias, esse alguém seria você. Com todos os seus defeitos, com as
suas mancadas, com o tanto que você partiu meu coração. Porque
ainda é de você que eu lembro quando alguém fala de amizade. Ainda
é seu nome que aparece na minha cabeça quando escuto algum rock
antigo. Ainda é o som da sua risada que invade a minha casa no
domingo à noite, quando começo a questionar todas as decisões da
minha vida. Por mais que eu tenha tentado, de todas as formas
possíveis e imagináveis, ainda é você. E eu quis muito que não
fosse.
Mas
eu já falei muito de amor. De relacionamentos inacabados, paixões
fugazes e decepções inesquecíveis. Eu falei de corações
partidos. De lágrimas, de tentar esquecer, de tentar superar. Falei
de saudades absurdas. E falei de você em cada entrelinha de todos os
textos da minha vida. Porque você passava por cada uma das minhas
maiores dores. Mas eu não quero mais falar sobre o nosso passado. Eu
não quero falar do que a gente foi – esse casal sem encaixe que
tentou tanto se encaixar. Hoje, só hoje, eu queria mesmo era falar
sobre tudo aquilo que a gente ainda pode ser. Eu queria falar de
perdão.
Sei
bem todas as minhas últimas palavras. Aquela promessa não cumprida
de que eu iria te esquecer. Aquele juramento de que nunca iria
perdoar. Você me conhece (ou conhecia, já não sei mais). Meu
ascendente é Cancêr. Meu sobrenome é vingança. Meus pontos
finais – com você, ao menos – são sempre marcados por uma dose
de rancor.
Mas de que adianta fingir que você nunca mais irá fazer
parte da minha vida se eu ainda abro um sorriso enorme ao me lembrar
da forma que você me abraçava apertado no meio dos filmes de terror
que tanto odiava?
Eu
ainda imagino um futuro ao seu lado. Ainda imagino nossa casa, nossos
filhos, nossos sonhos e nossos planos. E depois me culpo por isso,
porque não posso mais te imaginar comigo. Minha mão tenta te puxar,
mas meu cérebro insiste que você errou demais. E quando é que a
gente sabe se o amor consegue preencher os buracos que as desilusões
causaram?
Mas eu te amo. Ainda, com toda a nossa história torta e cheia de falhas. Eu te amo com seus erros. Eu te amo com nossos gritos, nossas brigas, nossas conclusões precipitadas de que não daria certo. Eu te amo ainda que a gente tenha desistido todas as vezes que tentamos, antes até de ter tentado de verdade. Eu te amo mesmo que você tenha me magoado, porque sei que tenho minha responsabilidade em cada uma das minhas decepções. Eu te amo quase sem expectativas. Porque meu amor deu de goleada no orgulho, mandou o rancor para bem longe e apagou qualquer resquício de vontade de me vingar.
E, por tudo isso, hoje, eu decidi que te amo também com meu perdão. Porque eu te amo. Ainda.
- Este post era pra ter saído na Terça Feira, mas como eu não postei nada neses dia porque estava ocupada organizando a nova agenda do blog, resolvi postá-lo hoje, aproveitando que estou meio deprê, meio sei lá...


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