Te chamo e você nem olha, te ligo e você abafa o celular com o travesseiro. Mando mensagem
e você não responde. Tantas perguntas e nenhuma resposta. Ontem assisti nosso filme preferido
enquanto lembrava de você. E quando tocou "Lay it down slow " eu tentei não chorar. As coisas aqui ainda estão como você deixou. Exceto o porta retrato, eu o abaixei. O tirei da minha vida, assim como teria
ter tirado você. Mas há lugares em que eu vou e você está lá , tão presente. Como aonde estou
agora, deitada, imóvel, nessa cadeira preguiçosa do clube onde a gente tirava um cochilo. Aonde
mais você está, além de aqui dentro de mim ?
Procuro e não te acho, choro, grito e morro em silêncio e você não houve.
Nem tão fácil como eu pensava, nem tão difícil como todos disseram. É complicado, mas você
vai sair de mim. As últimas palavras que você me disse ainda estão soando como tic tac do
relógio no meu pensamento, e o brigadeiro que você fez ainda está na minha geladeira. Assim como o bilhete que você deixou " amor, fui comprar pão pro café da tarde." Pena que o café da tarde não chegou. Nem você.
Você foi embora tão antes[..]
E mesmo quando eu tento sair pra me divertir, você está aqui. Está tão presente quanto o ar. E eu fico me perguntando como foi tão fácil pra você se esqueçer de mim. Se você jurava que era amor. Poderia ter sido
qualquer coisa, amizade, carinho, ciúmes, afeto. Mas você disse que era amor. E o meu erro
foi acreditar.
E enquanto eu vou te deixando pra trás, vou me passando pra frente. Porque há um mundo aqui fora
e eu não posso me trancar no quarto. E vou fazer a ultima coisa que você me disse da ultima vez
que nos vimos. Vou seguir em frente. Porque, assim como numa piscina, por mais que você
engula muita água, a vida também não para pra esperar você voltar a respirar.

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